
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, estuda aplicar sanções contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) do Brasil, Alexandre de Moraes. A medida vem ganhando força entre políticos republicanos, que acusam Moraes de promover censura e perseguição política, especialmente contra opositores do atual governo brasileiro. A situação tem provocado tensão entre os dois países e acendido um alerta sobre os rumos da liberdade de expressão no Brasil.
A pressão para que Trump e autoridades americanas ajam contra Alexandre de Moraes partiu de parlamentares republicanos influentes, como os deputados Rich McCormick e María Elvira Salazar. Eles enviaram uma carta solicitando a aplicação da Lei Magnitsky, uma legislação americana que permite a imposição de sanções a estrangeiros envolvidos em violações de direitos humanos.
Segundo os congressistas, Moraes estaria utilizando o Judiciário brasileiro como instrumento para calar a oposição política e proteger o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Um dos principais pontos de crítica é o recente indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro por suposta tentativa de golpe, o que, na visão dos parlamentares, seria uma forma de tirá-lo da disputa presidencial de 2026.
Além da pressão política, Moraes também enfrenta desafios no Judiciário dos Estados Unidos. Duas empresas americanas — a Trump Media & Technology Group, que administra a rede social Truth Social, e a Rumble, plataforma de vídeos — ingressaram com um processo contra o ministro brasileiro na Flórida.
As companhias alegam que decisões de Moraes, como o bloqueio de perfis e conteúdos de cidadãos americanos, inclusive do jornalista Allan dos Santos, violam a Primeira Emenda da Constituição dos EUA, que garante a liberdade de expressão. De acordo com o processo, as ordens emitidas pelo ministro extrapolam sua jurisdição e ameaçam a soberania digital dos Estados Unidos.
Em meio às críticas, o Departamento de Estado dos EUA se manifestou oficialmente, apontando que medidas tomadas no Brasil, especialmente por Alexandre de Moraes, são “incompatíveis com os valores democráticos”. A nota menciona diretamente o bloqueio de redes sociais, a imposição de multas e outras sanções a empresas americanas como sinais de autoritarismo e censura.